Todos mentem pelo menos uma vez ao dia!
Essas mentiras do nosso cotidiano são aquelas que não possuem um fundo destrutivo, mas sim, um conteúdo inocente, visando apenas manter o equilíbrio em nossas relações. Esse tipo de mentira pode ser chamado de mentira positiva ou mentira branca e é socialmente aceita.
O hábito de mentir pode ter seu início na infância. A criança ao ver adultos mentindo ou sendo ela própria alvo de mentiras, acaba por registrar esse comportamento como correto ou normal. Há também casos em que a criança, ao falar a verdade, é repreendida e em outras vezes até punida. Neste caso, a criança irá associar a verdade com sofrimento e terá na mentira, o conforto da proteção e da defesa. Toda situação em que seja confrontada com a verdade ( que causará sofrimento ) optará então pela mentira.
Mentira compulsiva
A mentira está intimamente ligada com a dificuldade que um indivíduo tem em lidar com as suas próprias frustrações e, em alguns casos, também em lidar com a frustração do outro. Está ligada também com a insegurança em ser aceito na família, na escola ou com os amigos, criando então uma supervalorização de si mesmo, enaltecendo suas habilidades, visando causar uma boa impressão para todos. Trata-se de um mecanismo de defesa, contra a sentida pequenez. O grau tanto do complexo de inferioridade quanto da inaptidão em lidar com as frustrações é avaliado pela frequência e profundidade da mentira.
Mentira patológica
A mentira patológica tem sua origem nas personalidades desajustadas e também na neurose. Esses mentirosos que possuem uma abundância de complexos e conflitos começam a interpretar papéis em suas vidas, nos quais eles “vivem” aquilo que gostariam de ser, gerando a perda do controle entre o real e o imaginário e entre o falso e o verdadeiro. Neste nível de grave confusão mental, o papel até então interpretado, sobrepõem-se ao ego real e a personalidade como um todo, passa a ser refém de um falso ego.
Dentro da mentira patológica, há os casos de Demência, onde o indivíduo está com a percepção tão comprometida, que a realidade dele não é a nossa e ele realmente acredita naquilo que transmite aos outros, porém, sem a intenção de enganar. Isso acontece também nos delírios do esquizofrênico.
Transtorno antissocial ou personalidade psicótica
Neste caso o indivíduo sabe que está mentindo e não se importa com isso. Ele não tem vergonha ou se arrepende da sua mentira. Ele usa a mentira como meio de manipulação, olhando nos olhos da sua vítima e não sente remorso. Posso afirmar que este é o pior e mais grave quadro da mentira.