As tentativas de procurar na escrita alguma informação sobre o seu autor são antigas. Já no ano de 1622, o professor e médico italiano CAMILO BALDI (1555-1635), convicto dessa possibilidade, escreveu um livro intitulado: "Trattado come da una lettera missiva se conoscono la natura e qualitá dello scrittore" ( fala sobre como através de uma carta, chega-se ao conhecimento da natureza e das qualidades do autor) e que hoje, possui mero valor histórico.
O verdadeiro nascimento do nome "grafologia" e começo de estudos sistemáticos, datam de 1875. Nesse ano, o padre francês JEAN-HIPPOLYTE MICHON (1806-1881) publica sua obra "Système de Grafologie" classificando sistematicamente, um volumoso material gráfico baseado na idéia de que cada sinal gráfico deveria ter sua significação determinada (sistema de sinal fixo). Michon estabeleceu as principais bases dos estudos grafológicos, as quais são utilizadas até hoje.
O francês JULES CRÉPIEUX-JAMIN (1859-1940) discípulo e crítico de Michon e autor de numerosas obras de grafologia traduzidas em muitos idiomas, elevou a grafologia a uma ciência observadora, aproveitável de forma limitada em estudos psicológicos da personalidade. Verificou que cada sinal gráfico não pode ser avaliado de maneira fixa, estável, porque é resultante de um conjunto complexo de tendências, devendo ser avaliado em relação às dominantes da grafia. O então "valor fixo", abordado por Michon, deu lugar "à escrita como movimento", onde CRÉPIEUX-JAMIN estabeleceu categorias fundamentais. Seus métodos são ainda hoje considerados a base para os estudos da grafologia.
Interessados pelos trabalhos ainda algo empíricos de CRÉPIEUX-JAMIN, os psicólogos alemães, no início do século XX, começaram a ocupar-se com o desenvolvimento científico da grafologia. Entre os numerosos autores alemães, destaca-se o filósofo e psicólogo LUDWIG KLAGES (1872-1956) - que também estudou Química e Física - foi o descobridor da ambivalência na grafia. A personalidade humana é complexa demais para que possa ser enquadrada numa simples fórmula matemática . O método de KLAGES não considerou de forma suficiente a complexidade das impulsões do inconsciente. KLAGES alcançou, porém, a exata ligação da grafologia com a psicologia e pode ser considerado pioneiro, porque lançou as bases científicas da grafologia, com a eliminação do empirismo dos métodos de CRÉPIEUX-JAMIN, que não era psicólogo.
O suíço MAX PULVER (1889 -1952) com suas obras "Simbologia da Grafia", "Impulsos e Crimes" e "Inteligência na Grafia", publicada em alemão, francês e espanhol, revolucionou a grafologia. PULVER era escritor, poeta e psicólogo. Foi com base nos estudos de LUDWIG KLAGES, que Max Pulver estabeleceu a teoria da simbologia do espaço gráfico e acima de tudo, estabeleceu as ligações entre os elementos grafológicos e dados da psicanálise. Sua obra discute pressão, inteligência, crime e "falsidade" (desonestidade).